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Suéli Correia Da Silva
Bebê: Lara

Desde o final de gestação do Théo quando nos deparamos com o que verdadeiramente é um parto normal e não as tristes histórias que nossas avós, tias contavam, acredito sim que infelizmente elas tiveram essa triste lembrança do seu parto, mas pelo que chamamos de violência obstétrica e não pelo parto em si, desejamos que o Théo nascesse desta forma e com a Lara não seria diferente, claro que para o segundo parto nos preparamos mais em relação ao primeiro, então contratamos uma GO que realmente apoia essa conduta, a nossa parceira, amiga e doula Tiffany Buchmann embarcou conosco nesta aventura mais uma vez. O desejo era o mesmo, que a nossa princesa nascesse no tempo dela, do jeito que quisesse vir ao mundo, sem procedimentos desnecessário e que eu fosse a protagonista do parto que pudesse comer e beber se tivesse vontade, que não precisasse  responder a um inquérito para dar entrada na maternidade, pois isso iria me tirar da partolândia e me trazer ao mundo real, sem episiotomia, sem exame de toque a cada minuto, enfim, que eu pudesse decidir cada passo que fosse dado no meu trabalho de parto e assim aconteceu. Terça-feira dia 3 de Julho, eu estava de 39 semanas e 6 dias de gestação, acordei com leves cólicas parecidas com a de menstruação, na gestação toda sempre tive cólicas leves, mas como não era marinheira de primeira viagem, fiquei atenta. Comentei com meu marido, ele foi trabalhar normalmente, eu já estava em casa de licença maternidade e fiquei com o Théo, que estava com  1 ano e 11 meses. Levantamos da cama e fomos brincar um pouco, enquanto estava sentada no quarto com o Théo senti algumas contrações mais intensas, ai começou o alerta, mas mesmo marinheira de segunda viagem a ficha parecia que ainda não tinha caído que Lara estava a caminho. Perto das 10h meu sogro veio buscar o Théo para eu pudesse descansar um pouco, meu marido me mandou mensagem avisando que viria almoçar comigo, eu não estava nem um pouco com vontade de cozinhar, então 12h ele chegou e fomos almoçar próximo de casa, ali eu com um barrigão enorme de 9 meses o garçom perguntou para quando era o bebê e o meu maridos respondeu, "para hoje", o rapaz ficou assustado achando que eu poderia parir ali. Eu estava com contrações mas não estavam ritmadas ainda eram de treinamento pois estava sem dor alguma, a Ty e a GO já estavam atentas esperando mais informações. Então logo depois que almoçamos fomos fazer o que se espera de um trabalho de parto, não ficar parado, fomos fazer uma caminhada para ver se as contrações pegavam ritmo, estava um dia típico de inverno, tempo fechado e frio, demos uma boa volta ao redor do bairro e eu esperando as contrações pegarem ritmo e nada, elas desapareceram. Fomos para casa e como estava um dia de frio fomos assistir a série "Chernobyl", a Ty pediu para que eu tentasse descansar um pouco e assim o fiz, as contrações começaram a incomodar, mas iam e vinham, eu ainda estava tranquila, então sabíamos que ainda não era a hora de ir para a maternidade. Então tomamos um café da tarde bem quentinho com bolo de chocolate e às 17h, nada de ritmo, então resolvemos ir na casa da minha sogra ver o Théo pois sabíamos que o trabalho de parto iria ser de madrugada. Eu já não sentia fome, não consegui jantar, mas eu estava bem até conseguia conversar, brincamos com o Théo, então meu marido deu banho nele e me entregou para secar e colocar a roupa. Aí sim, nesse momento as contrações chegaram com tudo, como grandes ondas, senti a primeira e só pensei, "uau", sim as contrações são doloridas mas a percepção de dor é diferente, a dor trabalha a seu favor, uma vez li que a contração é seu corpo se despedindo do bebê, abraçando-o, e como sempre uma despedida é dolorosa, mas esta dor está trazendo seu bebê, o amor da sua vida, impossível você tratá-la como algo ruim. No curso que fizemos na gestação do Théo, aprendemos com a Ty sobre como vocalizar a dor, fazendo com que a força se voltasse para o que era preciso. Estava tudo certo, e foi assim, consegui colocar o Théo na cama para dormir e pronto, acho que era isso que eu precisava para realmente me entregar ao trabalho de parto, deixar meu filho bem, dormindo, eu sabia que ele não acordava a noite, então dormiria a noite toda e não sentiria minha falta, então ali já entrei na "partolândia", entrei na minha vibe, no meu mundo, pedi para o meu marido para irmos para a casa pois o barulho e vozes me irritavam muito, e assim fizemos, fomos para casa e já fui para o banho, meu marido me guiando, me dando as coordenadas, tomei um banho quente, acho que fiquei umas 2 horas até que ele falando com a minha Ty e a GO concluíram que as contrações estavam bem ritmadas e já estava na hora de ir para a maternidade, isso era 22h. Pedimos para meu sogro nos levar e lá fomos nós, as lombadas e buracos na estrada me irritavam muito, e quando vinham as contrações eu vocaliza. Isso é diferente de gritar e gastar energia desnecessária. Chegado na maternidade a Ty já estava nos esperando, mas uma mulher tinha acabado de entrar e ganhar o bebê na sala de pré-atendimento então estavam todos eufóricos e a recepcionista bem tranquila para fazer meu cadastro, mas a Ty apavorou a cabeça dela dizendo para ela agilizar os papéis senão eu seria outra a ganhar o bebê ali na recepção. A GO chegou e fomos direto para a suíte de parto, não precisei consultar com o GO de plantão para ele fazer um exame de toque desnecessário, fomos direto para a suíte de parto. Nesse momento a minha GO fez o toque e eu estava com 5 cm de dilatação, metade do caminho. Na suíte de parto fui para o chuveiro e fiquei mais um bom tempo lá e depois fui para a banheira com uma água quente que eu adoro e aquilo foi como um abraço para mim, marido de um lado, Ty do outro e eu lá imersa no meu processo de trazer a minha bebê ao mundo. E lá na banheira fiquei mais algum tempo até que a vontade de fazer força veio e com isso senti vontade de mudar de posição na banheira. Eu só escutei meu marido falando que a Lara estava vindo. Eles estavam vendo ela, meu Deus que coisa mais linda. Foram mais algumas forças e Lara nasceu, todos ficaram impressionados, a pequena nasceu empelicada, ou seja, dentro da bolsa, algo raro e muito bom para o bebê. Peguei minha pequena pelos braços e lá ficamos nós duas naquela água quentinha, o pediatra já estava lá e fez o primeiro atendimento com ela no meu colo e lá ficamos até o cordão parar de pulsar completamente, tivemos nossa hora dourada juntinhas e só depois de algumas horas que foram pesar, medir e colocar uma roupa na pequena, nada de procedimentos invasivos e desnecessários para um bebê que acabou de chegar no mundo. Fui tomar um banho, colocar um pijama quentinho, fomos para o quarto curtir a Larinha e com o sentimento de ter feito a melhor das melhores maratonas, aquele sentimento de exaustão e de êxtase indescritível. Gratidão a Deus por me permitir viver essa sensação duas vezes, gratidão a minha doula Ty que me permitiu ser a protagonista do meu parto e que estava conosco de olhos atentos para o que precisássemos.

"No curso que fizemos na gestação do Théo, aprendemos com a Ty sobre como vocalizar a dor, fazendo com que a força se voltasse para o que era preciso. Estava tudo certo, e foi assim, consegui colocar o Théo na cama para dormir e pronto, acho que era isso que eu precisava para realmente me entregar ao trabalho de parto, deixar meu filho bem".
Suéli Correia da Silva
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