Enquanto escrevo esse texto a nostalgia me inunda. Fico pensando em cada momento vivido no trabalho de parto da Nicole! Quanta emoção, dor, alegria e sentimentos mil. Durante toda aquela quinta-feira dia 8 de Agosto eu sentia muita pressão no ventre, mas, como os pródomos nesse final de gestação haviam me "enganado" algumas vezes, eu seguia o dia normalmente, sem criar muita expectativa. Havia acordado com aquela vontade de limpar tudo, típico de quem está para parir e quer arrumar o ninho. Sim, tudo estava pronto, mas a sensação agora era de limpeza, de deixar tudo limpo em detalhes. Era justamente o dia da limpeza. Trabalhei bastante, de tarde, senti a necessidade de ter um tempo com minha filha mais velha, afinal, se realmente Nicole nascesse naquele dia, esse seria meu último momento sozinha com a filha mais velha. Fomos ao parquinho, tomamos sorvete e nos divertimos. Eu já estava bem cansada e a pressão cada vez mais forte. Havia momentos que eu tinha a impressão que Nicole já estava saindom, de tão forte a pressão no ventre, mas eram poucas contrações que estava sentindo com dor. Depois que chegamos em casa, fiz mais algumas coisas e me sentei. Sentia que seria aquela noite, sentia que estava preparada! Comecei a fazer a contagem das contrações, mas ainda estavam muito irregulares e pouco frequentes.
Resolvi escrever para a minha doula Tiffany Buchmann falando o que estava sentindo. Ela disse que achava ser possível entrar em trabalho de parto aquela noite, afinal, eu já estava com 39 semanas e 5 dias e por ser minha segunda gestação com um parto anterior a evolução provavelmente seria rápida. Falou que eu poderia ir na maternidade fazer uma avaliação, pois assim, eu ficaria mais tranquila. Achamos prudente ir à maternidade, por isso já fui tomar um banho e ficar pronta. Sentia que as contrações já estavam vindo com um pouco mais de frequência. Sentamos tranquilamente para comer e nos aprontamos para sair. Nos despedimos de nossa filha, que estava ficando com a vovó e fomos para a maternidade. No caminho, algumas contrações mais efetivas estavam apontando. Fui ouvindo a playlist que o marido tinha gravado para esse momento. Foi uma delícia! Ao chegar na maternidade às 21 horas a plantonista me examinou e concluiu que eu estava com 3 cm de dilatação. Ela achou melhor já internar, embora eu soubesse que estava muito cedo ainda. Como não moramos na cidade da maternidade, achamos mais prudente já ficar no hospital e não correr o risco de voltar correndo, sábia decisão. A Ty nos disse que, no máximo, iríamos dormir aquela noite ali, para desencadear o trabalho de parto ativo pela manhã.
Após a internação, fomos para uma sala de parto humanizado. Mas, eu decidi começar caminhando pelos corredores, afinal, agora eu queria que o trabalho de parto progredisse logo. Fiquei caminhando bastante enquanto a Ty estava a caminho. O marido me acompanhava e quando vinha alguma contração mais forte eu parava para descansar, continuando na sequência. Quando a Ty chegou, comecei a pular na bola de Pilates. Ainda estava em um estágio tranquilo do trabalho de parto. Conversávamos e ríamos muito. Quando minha GO perguntou como estavam as coisas, o marido mandou uma foto divertida, ela até perguntou se era festa. Bom, as contrações se intensificavam, mas ainda eram bem suportáveis. Decidimos então, dar mais uma caminhada pelos corredores do hospital. Nesse momento as contrações ficavam cada vez mais fortes e intensas. Por várias vezes eu sentia necessidade de parar e me concentrar no que estava acontecendo com meu corpo. Nesse instante a Ty fazia massagem na lombar, o que sempre alivia um pouco as dores. Eu não sabia se minha memória estava me enganando, mas as dores que já estava sentindo me apontava para o final do trabalho de parto. Entraram em contato com a GO, dizendo para vir logo, pois parecia que tudo estava se encaminhando de forma muito rápida. 
Nesse momento fui para a sala, pois queria entrar no chuveiro, quem já passou por um parto natural sabe o quanto a água quente pode aliviar as dores nessa hora. Mas, antes de entrar, a GO chegou e já me examinou. E qual não foi nossa surpresa em saber que já estava com 7 cm de dilatação! O tempo no chuveiro foi rápido. Mas, foi um momento mágico, pois eu sabia que Nicole estava muito próxima. As dores estavam intensas, mas eu me concentrei em uma música nesse momento, "a minha paz te dou". Havia cantado essa canção durante toda a gestação com um grupo vocal a qual participava. Ao cantar, fiquei muito tranquila e concentrada no que estava acontecendo. Enquanto isso, foram enchendo a banheira para mim e eu já sentia vontade de fazer força. Ao sair do chuveiro senti uma contração muito forte e outra já em seguida, mal conseguia entrar na banheira quentinha. Só lembro de pedir urgente para entrar na água, pois a dor se intensificava muito sem esse anestésico natural. Ao entrar na banheira comecei a fazer força, em minutos, talvez uns 5 min, Nicole já estava em meus braços. Foi a coisa mais linda, umas três forças e o milagre acontecia! Foi um parto rápido e emocionante. Só tenho a agradecer a Deus por esse milagre perfeito, trazendo minha filha com saúde e me mantendo com vida. Minha gratidão ao marido por estar em todos os instantes ao meu lado, compartilhando deste momento mágico. Agradeço à querida Ty, que inclusive me acompanhou em meus dois partos, por todo o seu carinho e cuidado antes, durante e após o nascimento. Seu trabalho faz toda a diferença! E ainda, o meu muito obrigada à minha maravilhosa GO, que com sua tranquilidade, competência e experiência torna o parto algo muito natural, tranquilo e perfeito.