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Luiza Damaceno Archer
Bebê: Sarah

Eu andava bem mal humorada há alguns dias, super desconfortável, com cólicas e vontade de trucidar o pai da Sarah a qualquer respiração que ele desse. Me baseando nesse último fato pensei que já devia estar próximo da hora do parto, então aproveitei pra fazer tudo o que queria, o que inclui um Whopper duplo com bacon, batata frita do McDonald's e um Milkshake de Ovomaltine do Bob's!

Na noite anterior eu tentava dormir, mas não conseguia, as cólicas não deixavam. Lá por umas 2h da manhã notei que elas tinham um certo padrão e resolvi contar, elas vinham aproximadamente de 10 em 10 minutos e duravam cerca de um minuto. Pensei, "ok, acho que estou em trabalho de parto". Não convencida, lembrei do curso de parto da Tiffany Buchmann e fui tomar um longo banho quente. As cólicas continuavam. Esperei dar aproximadamente 6h da manhã e mandei mensagem pra Ty, ela disse que eu estava sim em trabalho de parto e disse para comer algo e descansar. Quem disse que eu conseguia?

Tentei comer alguma coisa, tirei alguns cochilos, mas logo fiquei preocupada porque meu exame do GBS havia dado positivo e não tinha dado tempo de eu consultar com o GO antes.

Então fui até o Fátima por volta das 10h para falar com ele. Chegando lá, falei "então doutor, acho que eu estou em trabalho de parto", ele perguntou por que eu achava aquilo e disse que estava com cólicas de 10 em 10 minutos. Ele fez uma cara sarrista e disse que provavelmente era só um pré-parto, que provavelmente ainda iam levar dias.

Quando fez o exame de toque em mim ele pareceu surpreso e disse que eu realmente estava em trabalho de parto e que estava com 4 cm de dilatação e perguntou se eu já queria internar para tomar o antibiótico contra o GBS ou se eu voltaria mais tarde.

Como estava sem minhas coisas, resolvi ir pra casa. Falei com a Ty, comi alguma coisa, tomei um banho e fui pro Instituto Besser com minha irmã, que seria minha acompanhante.

Olha, foi uma tarde no mínimo interessante, com direito a muita pulada de bola, risadas, rock and roll e queimação de erva de acupuntura.

Em aproximadamente 2h entrei na fase ativa do trabalho de parto, quando as contrações começavam a emendar uma na outra e eu já não conseguia mais falar com ninguém. Comecei a ter vontade de fazer força e não conseguia segurar. Minha irmã pegou o carro e fomos para maternidade, sendo que eu já comecei a fazer força no carro.

Chegamos no Fátima com o GO já me esperando. Ele fez o exame de toque e disse que já estava com dilatação total. Desci da maca e a Ty me ajudou a me trocar. Peguei o elevador com o GO que me levou à sala de parto, chegando lá ele só disse "faça força como quiser".
Aí eu lembrei da Ty dizendo que chega uma hora em que toda mulher pede por analgesia. Eu só não pedi por analgesia como pedi pinico, arrego, implorei pro doutor me ajudar... Eu achava que não ia conseguir. Estava tão cansada, parecia que toda força que eu fazia era em vão. Entrei em desespero, dizia que não ia conseguir, quase comecei a chorar. A Ty foi fundamental nessa hora, porque durante o trabalho de parto eu sempre me ajoelhava e segurava em alguma coisa e ela dizia "certeza que vai ser nessa posição que você vai ter a Sarah". Quando tive forças para me levantar da maca e ficar de joelhos em cima de um colchão que a coisa pareceu fluir. Ainda perguntei pro GO se não tinha nada que pudesse fazer pra ajudar e ele respondeu "só epísio". Todo mundo na sala ficou em silêncio. Era a única coisa que eu tinha medo, nem de cesárea eu tinha tanto medo. Nessa hora só pensei dane-se e fiz a maior força que podia. Foi aí que eu senti ela passando e caindo no colchão.

É uma sensação absurda. Você não sabe como você consegue fazer aquilo, mas ao mesmo tempo tá ali, aquele serzinho que saiu de dentro de você, ao mesmo tempo tão familiar e tão estranho. A única coisa que eu conseguia falar era "meu Deus, eu te pari!".
Mas acho que a verdadeira mágica aconteceu na sala de recuperação mesmo. Praticamente esqueceram de mim e de outra mulher que havia acabado de dar a luz ali e eu fiquei abraçadinha com a Sarah durante muito tempo. Perdi a noção de quanto tempo foi. E eu fiquei totalmente apaixonada pelo jeito que ela me olhava. Ela me olhava de um jeitinho, com uma profundidade, com uma fixação como se eu fosse a coisa mais importante da vida dela. Foi ali que eu, que tive uma gravidez não desejada e sofri muito durante a gravidez inteira porque não era aquilo que eu queria, me apaixonei por ela.

Eu só tenho a agradecer à Ty que não me deixou desistir nem ser cortada e botou toda a fé em mim, minha irmã que foi a melhor acompanhante. Ty, queria agradecer novamente por tudo que você fez por mim e pela Sarah, sem sua ajuda eu com certeza não teria conseguido!

“...foi uma tarde no mínimo interessante, com direito a muita pulada de bola, risadas, rock and roll e queimação de erva de acupuntura. Em aproximadamente 2h entrei na fase ativa do trabalho de parto, quando as contrações começavam a emendar uma na outra e eu já não conseguia mais falar com ninguém. Comecei a ter vontade de fazer força e não conseguia segurar..."
Luiza Damaceno Archer
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