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Karoline Sampaio da Costa
Bebê: Felipe

Nosso pequeno Felipe resolveu presentear a mamãe com um lindo parto natural! Chegou tranquilamente, nasceu no tempo dele, sem nenhuma intervenção.
Contamos com o apoio da mesma equipe maravilhosa que nos acompanhou no parto da Camila. Tudo para que a experiência se aproximasse ao máximo da primeira vez. Mas foi tudo diferente. Maravilhosamente diferente.
Comecei com dores durante toda a sexta-feira, dia 21. Mantive minhas atividades normalmente, porém sentindo que as contrações estavam seguindo um ritmo.
A noite tínhamos um encontro com os Setembrinos. Muita pizza, muitas risadas com nossos bebês e eu já estava em clima de despedida da barriga. Ainda durante o encontro as contrações ficaram mais intensas, a cada 10 minutos. Avisei a Tiffany, que sabiamente me aconselhou ir pra casa, tomar um banho e dormir enquanto as contrações tinham esse intervalo. Entre ir dormir e continuar comendo, óbvio que escolhi a segunda opção. Pois bem.
Quando finalmente cheguei em casa e fui seguir o conselho da doula, já era tarde. O banho me relaxou um pouco, porém não conseguia mais descansar pois as dores estavam evoluindo muito rapidamente. Tentei dormir mas foi impossível.
Avisei meu GO e fui orientada a aguardar que as contrações ficassem de 5 em 5 minutos.
Então o trabalho de parto ativo estava se iniciando. Incrivelmente rápido, comparado com o da Camila. Contrações tomaram um ritmo, estavam mais fortes e demoradas.
Sempre em contato com a Ty, que nos orientou a permanecer mais um tempo no banho. Nisso colocamos uma cadeira debaixo do chuveiro, de modo que a água caísse sobre a minha lombar. Permaneci ali por 45 minutos e nesse tempo as dores se intensificaram.
Em alguns momentos eu tive a sensação de querer fazer força. Ficamos em alerta por conta disso. Sendo assim, por orientação do médico e da doula, resolvemos ir para o hospital.
Algumas coisas não mudam. Ir pra maternidade é sempre uma loucura, por mais que você deixe tudo organizado, faça mil check-list's. Na hora o marido sempre fica meio afoito, perde a chave do carro, desce carregado de malas, bolsa, bebê conforto, derruba enfeite de porta no caminho, que quase quebra, enfim, cenas engraçadas pra lembrar depois.
Chegando na maternidade, Ty já estava a nossa espera. Passamos pela triagem com o plantonista e me desanimei bastante pois, de acordo com o exame dele, estava com 3 cm de dilatação. Exatamente igual ao trabalho de parto da Camila (hoje eu suspeito que o exame de toque dele estivesse equivocado). Nesse momento eu tive certeza que seria novamente um parto demorado e trabalhoso. Ty me acalmou e seguimos caminhando pelo hospital, na intenção de trabalhar o colo do útero que ainda estava grosso.
Enquanto isso, Ruben cuidava da parte burocrática da minha internação. Mais um motivo pra ressaltar a importância da doula. O marido acaba sendo requisitado para essas funções e sem a presença da Ty eu teria ficado sozinha em muitos momentos.
Quarto liberado, subimos com nossas coisas.
Desse momento em diante foi tudo muito rápido e as lembranças ainda estão confusas na minha cabeça.
Lembro apenas que ficamos no quarto, que eu estava com sono por não ter dormido, dores muito fortes e com intervalo cada vez mais curto. Uma das coisas que mais me ajudou foi lembrar as técnicas de respiração e vocalização que a Ty havia passado em um dos encontros. Isso foi fundamental para controle da dor, para poupar energia ao invés de ficar gritando desesperadamente e também ajudou na parte da concentração, me ajudou a enxergar a dor como algo positivo e usá-la a meu favor. Então dessa vez posso dizer que fui uma "Lady". Não xinguei o médico, não quis bater em ninguém, não fiquei gritando até faltar o ar. E assim tudo foi fluindo naturalmente.
Quando percebi estava com vontade de fazer força. Não acreditei que a hora estava se aproximando, afinal eu estava me baseando no trabalho de parto da Camila, que levou 22 horas. Na minha cabeça ainda estávamos só no começo de um longo processo.
Enfim, as enfermeiras insistiram para que a gente descesse para o centro obstétrico, porém o meu GO ainda não tinha chegado. Por isso concordamos em aguardar mais um pouco no quarto.
Entramos em contato novamente com o GO informando que a evolução estava rápida e cada vez mais eu queria fazer força. Não ia dar pra continuar esperando no quarto. Seguimos para o centro obstétrico, no caminho eu estava sentindo os puxos cada vez mais fortes. Ruben foi se trocar pra poder entrar, nisso a enfermeira já correu comigo pra sala de parto. No meio do caminho me agachei no corredor, achei que ia nascer ali porque a vontade de fazer força era incontrolável. A enfermeira se assustou e pediu pelo amor de deus pra eu continuar andando até chegar na sala de parto. Foi uma correria só. Entrei no quarto, já fiquei de cócoras, lembro do médico plantonista me pedir grosseiramente pra subir na maca, respondi também grosseiramente que ia nascer daquele jeito, igual minha filha mais velha. A enfermeira foi ágil, já colocou lençóis no chão e ali mesmo continuei fazendo força. Uma coisa muito louca e instintiva.
Ruben já estava no quarto, a Ty já se posicionou por trás de mim pra ajudar a pegar o Felipe. Troquei de posição e pra maior espanto do plantonista, que não curtia esse lance da mulher escolher como quer parir, fiquei em quatro apoios. Em duas forças o Felipe nasceu, às 7h da manhã . Nesse momento lembro do meu GO chegando, brinquei que ele tinha perdido todo o espetáculo. À partir daí ele assumiu a situação. Fiquei de boa curtindo o Fê, amamentando, esperamos a placenta nascer (que dessa vez foi mais demorada), esperamos o cordão parar de pulsar totalmente para que o Ruben cortasse, tudo o mais natural possível. Sem nenhuma intervenção, sem cortes, sem pontos.
Sou grata por ter vivenciado duas experiências de parto tão completas e diferentes entre si, mas igualmente transformadoras!

Algumas coisas não mudam. Ir pra maternidade é sempre uma loucura, por mais que você deixe tudo organizado, faça mil check-list's. Na hora o marido sempre fica meio afoito, perde a chave do carro, desce carregado de malas, bolsa, bebê conforto, derruba enfeite de porta no caminho, que quase quebra, enfim, cenas engraçadas pra lembrar depois."
Karoline Sampaio da Costa
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