Na tarde de 27 de março fui fazer eco às 15h. O médico até perguntou se meu obstetra já tinha feito toque em mim, porque a Laura estava muito bem encaixada e bem baixa, por isso os meus incômodos pra andar e sentar. Flei que não mas que haveria consulta no dia 30 do mesmo mês.
Voltei pra casa. Sentia muito cansaço e sono.
Durante o dia não comi quase nada, tinha só contrações de treinamento, sem dor, mas com bastante frequência.
21h45min a bolsa rompeu, e avisei a Ty e para confirmar meu marido mandou foto do liquido, resolvi descansar porque teria tempo para entrar em trabalho de parto, já que as contratações eram sem dor. 22h30min começaram as contrações com dor, já de cara moderadas e de 4 em 4 minutos! Fui para o chuveiro e as contrações passaram a ser ainda mais frequentes e mais intensas. 23h a Ty já avisou que estava chegando, eu já tinha entrado e saído do chuveiro umas duas vezes. Vomitei, deu dor de barriga, evacuei. So fiquei sabendo depois que a Ty estava num outro trabalho de parto neste mommeto, em outra maternidade, meu marido só falava que ela estava vindo, mas na verdade ela tinha que contar com a vinda da outra doula para poder vir até mim! 23h30min mais ou menos eu já estava vendo que as contrações começaram a mudar, começou a falta de ar, vontade de fazer força, vontade de resolver ter em casa de vez ou seguir rumo a maternidade mesmo antes da Ty chegar, e comecei a me secar, coloquei a roupa que vi pela frente e fui falando para meu marido que não daria pra esperar pela Ty e que eu ia começar a ir para o elevador. Achando que talvez não desse tempo, uma olhadinha para o relógio e devia ser 23h30min mesmo.
Descemos, com o Leo na caminha dele aqui em casa.
No final do corredor do prédio vi a Ty vindo correndo! Ela deu uma examinada rápido e falou para o Milton me carregar no colo até o carro dela, pediu pra eu respirar e não fazer força porque dava tempo de chegar na maternidade! Meu marido me pegou num intervalo entre as contrações e depois de uns 30 metros até o porteiro teve que me ajudar a ser carregada para dentro do carro do Érico, e mais puxo antes de entrar no carro.
De casa até a maternidade foram mais dois puxos com a Ty pedindo pra eu tentar respirar fundo e não fazer força, em 5 minutos chegamos lá, depois de uma paradinha em cada contração evidentemente!
Ai gente, que mico! Chegando na maternidade falei que não conseguia andar e fui carregada de banquinho pela Ty e pelo Érico pra dentro da maternidade. O pediatra chegou no mesmo momento, falou rindo alguma coisa, acho que porque no parto do Leo ele não chegou a tempo! Lembro de ver um senhor com seu filho, um garoto, nos sofás da entrada, e eu ali, de banquinho com uma perna na Ty e outra no Érico, eu de vestido, sem calcinha e fazendo força!
Entraram pedindo pra quem tava na frente sair porque eu estava quase ganhando, praticamente expulsaram uma mulher que estava na triagem, me botaram na maca, mais um puxo e a plantonista falou que não daria tempo para ir para o Centro Obstétrico. Só agarrei na mãozinha da Ty, ela bem delicada, santa paz me conforto e falou que agora estava tudo bem, que eu sentisse vontade de fazer força tudo bem porque a Laurinha só ia começar a descer mais um pouco até nascer e respirar.

Vi meu GO chegar, falar alguma coisa com a plantonista, colocar luvas e me avaliar, mais um puxo e eu só conseguia olhar e ouvir a Ty, que falara que estava tudo ótimo, me confortava, dei uma olhadinha para o relógio enorme da triagem e faltavam 3 minutos para a meia noite, ainda pensei, nossa, ela vai ser do dia de hoje ou do dia de amanhã? Mais um puxo e a cabeça começou a sair, o GO só falou pra eu dar minha mão, colocou pra segurar a cabeça da Laurinha, nossa que sensação incrível, era quentinho, gosmento e macio! E saiu mais um pouco com mais uma forcinha, ela começou a chorar. O GO falou pra eu tirar ela segurando pelos bracinhos, encaixou meus dedos entre o corpinho dela e seus bracinhos e ela escorregou, que coisa mais emocionante, no parto do Leo eu não tive coragem, não consegui me mexer do cócoras que estava, mas desta vez, peguei meu bebezinho e levei até meu colo, que delicinha! Assim ela nasceu! Com seus 3,110 kg e 49 cm, exatamente às 00h00min de 28 de março! Como o Milton ficou em casa por causa do Leo, eu cortei o cordão umbilical! Foi tão bom!
O Leo eu tive em 45 minutos de maternidade a dentro! A Laura foram em 15 minutos! Não deu tempo pra pensar em nada!
A placenta estava completamente solta, mas eu não estava conseguindo expelir, acho que a posição na maca de triagem não favorece também,  mas tudo bem, tudo acabou lá por 1h da manhã de 28 de março. Meu marido acabou decidindo acordar o Leo e levá-lo até a maternidade para me ver. O Leo conheceu a irmã e falou "nenê!" Rsrs. Foi muito lindo! Claro que ficaram pouco tempo, mas foi maravilhoso poder ver os dois e sentir que agora estávamos em quatro, pai, mãe, Leo e Laura! Rsrs.
Agradeço imensamente e novamente o trabalho da Ty e desta vez, do Érico também, Rsrs. Mesmo que ela tenha ficado comigo por 30 minutos até a Lauririnha nascer, depois mais uma hora até a placenta sair, teve o carinho de se dedicar a mim novamente, depois de correr para a outra maternidade para doular a outra mãe. Depois voltou na minha maternidade para ficar de minha acompanhante porque o Milton tinha que ficar com o Leo. Fez toda a diferença na minha cabeça poder saber que eu podia contar com isso! Entre uma troca e outra de acompanhantes pude até contar com a ajuda da doula Backup, a quem também agradeço de coração!
Ty, o amor que você tem por seu trabalho, pelos cuidados conosco não tem como registrar ou descrever, eu vivi essa sua dedicação por duas vezes, nas duas gestações. Pude sentir muito mais confiança em mim mesma graças à segurança e afeto transmitidos por você. Você nasceu para doular, não importa o que digam, ou as diferentes profissionais que tentem às vezes atrapalhar seu trabalho, na hora de parir mesmo, quem dá apoio e suporte é a pessoa em quem a gente confia, e eu confiei e confio em você! Obrigada por mais essa aventura na minha vida! Miltinho também é imensamente grato a você e ao Érico!